O Território-Escola Manguinhos- RJ, inova mais uma vez na qualificação e agilidade da geração de informação em saúde.
A partir de agora, os agentes comunitários da estratégia de saúde da família (ESF) desse território estão utilizando dispositivos móveis, ou tablets, como são chamados.
Essa tecnologia otimiza os processos de trabalho e, assim, auxilia a
reorganização da atenção, com um melhor planejamento das ações de
saúde à população-alvo.
O aplicativo desses dispositivos foi construído com base na ficha A
preconizada pelo Ministério da Saúde. Criado de forma coletiva pelos
gestores do Território-Escola Manguinhos e pelos próprios profissionais
de saúde, o aplicativo pode ser adaptado e alterado conforme mudanças e
necessidades percebidas.
A gestora do Território-Escola, Elyne Engstron, ressaltou que, além de
agilizar os processos de geração de informação, o mais importante na
inserção dessa tecnologia ao cotidiano dos agentes foi o seu processo de
construção, que ocorreu de maneira coletiva, compartilhada, desde o
projeto até a implementação.
Todos os agentes das 13 equipes de saúde da família do
Território-Escola, da equipe de consultório na rua e ainda pelos agentes
de vigilância em saúde, que perfazem quase cem profissionais, estão
utilizando os dispositivos móveis.
O uso dos tablets, disse Elyne, é fruto de uma estratégia iniciada, no
fim de 2010, com a implementação do Registro Eletrônico das Informações
em Saúde nas 13 equipes de saúde da família, no consultório na rua e no
Núcleo de Atenção a Saúde da Família – Manguinhos (Nasf). Agora, as
várias etapas do atendimento realizado por essas equipes estão
informatizadas. Segundo ela, desde o início do projeto tem ocorrido um
grande investimento para incentivar e qualificar as informações
coletadas. A implantação da informatização ocorreu basicamente em dois
módulos: clínico e não clínico.
O módulo clínico já está completamente implantado e funcionando de
maneira organizada. Ele se refere a consultas médicas e de enfermagem,
procedimentos, medicações, entre outros. O modo não clínico incorpora o
cadastro que as equipes fazem dos moradores, os atendimentos coletivos e
também as visitas domiciliares. “O uso dos tablets qualifica o
recolhimento de informações, em especial, nessas visitas domiciliares.
No entanto, esperamos que, futuramente, também seja utilizado para
georreferenciamento”, descreveu ela.
Elyne detalhou que, com o dispositivo móvel, o agente comunitário pode
fazer a entrada direta da informação no ato da visita domiciliar. Ela
ressaltou que a inserção das informações não depende do uso de redes de
internet. “Tivemos a preocupação de desenvolver um aplicativo que
aceitasse o cadastro de maneira off-line. Isso foi um ponto
determinante, pois nem sempre os agentes encontrarão um sinal de
internet disponível. Além disso, não poderíamos propor um instrumento
que nos gerasse custo adicional e que não fosse aplicável a diversas
realidades”, explicou.
Além das tarefas mencionadas, o dispositivo possibilita ao agente fazer cadastros fotográficos das famílias no registro eletrônico e também utilizá-lo como uma biblioteca de documentos, guias e outros documentos utilizados no dia a dia do agente, como o Manual do agente comunitário. De acordo com Elyne, “tínhamos grande receio na utilização dos tablets por parte dos agentes, mas há uma ótima aceitação. Outra questão importante e animadora é que os agentes, com a qualificação da prática, estão se sentindo bastante valorizados”.
Elyne acredita que a tecnologia deva ser utilizada para ajudar, e não
dificultar os processos de trabalho. Portanto, desde setembro de
2012, ocorre um processo gradual de implantação dos tablets por meio de
oficinas de capacitação para as equipes. Para tanto, foi formada uma
equipe de apoiadores institucionais de informação integrada por Douglas
Souto, Eliana Melamede e Beatriz Leimann. “Durante as oficinas tivemos a
oportunidade de rediscutir os processos de trabalho, rever e esclarecer
pontos de dúvidas, registrar reclamações e buscar, juntos, soluções
comuns necessárias para a área.”
O aplicativo utilizado nos tablets em nada difere da Ficha A, já
utilizada nacionalmente pelos agentes e preconizada pelo Ministério da
Saúde. "Ele foi desenvolvido pela mesma empresa responsável pelos
prontuários eletrônicos. Neste novo projeto, ela construiu conosco a
ferramenta: adaptou os prontuários para os moldes digitais, conforme
nossos interesses. O aplicativo pode ser alterado e adaptado de acordo
com futuras necessidades. Como a ficha é padrão, ela pode ser aplicável
em qualquer realidade", conclui Elyne.
FONTE: Informe enps
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